Parentalidade e saúde mental infantil: revisão narrativa

Abstract

O termo parentalidade compreendido no sentido de função parental e a saúde mental infantil é o tema do presente estudo. Nos tempos atuais, a temática está atravessada por configurações de famílias diversas, onde convivemos com novos modelos familiares: monoparentais, homoparentais, filiações adotivas, dentre outros. A definição da parentalidade engloba a ação do papel de pai ou mãe ao promover o cuidado, prover o alimento e dar proteção ao filho, realizada pelos pais biológicos ou substitutos através do exercício da autoridade e da resposta comportamental, constante, enfática e apropriada, às necessidades da criança, favorecendo a estruturação psíquica do(s) filho(s) e alicerçando o seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social. Neste sentido, a investigação parte da seguinte questão norteadora: de que forma poderia a parentalidade repercutir na saúde mental da criança? O objetivo geral foi compreender a relação entre parentalidade e saúde mental infantil. A metodologia escolhida foi a revisão narrativa, que se baseou na literatura científica nacional e internacional dos últimos cinco anos e, também se utilizou de livros com aportes teóricos da Psicanálise, sendo o Portal da Pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, o instrumento de busca. A revisão da literatura versou sobre a contextualização sócio-histórica da criança; o conceito da parentalidade; as intervenções da Psicanálise. A análise das explanações e reflexões se deu na forma de eixos condutores advindos de interpretações da literatura e das impressões dos autores. Os resultados apontaram que os papéis parentais incluem a facilitação de uma satisfatória vivência edípica e de sua resolutividade. Reconhecem a criança como depositária de um mandato transgeracional e que a maturidade emocional e sua inserção adequada na vida social dependem do acertado cuidado parental. Espera-se que os pais possam ser capazes de propiciar afetos estruturantes nos filhos, que repercutirão em existências mais plenas, contribuindo assim, para inserí-los na ordem humana e na cultura.