ANÁLISE DE PARÂMETROS HISTOPATOLÓGICOS E DE PADRÕES DE INVASÃO NO CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE BOCA E SUA CORRELAÇÃO COM A SOBREVIDA DOS PACIENTES.

Abstract

O câncer de cabeça e pescoço se constitui como a quinta neoplasia de maior incidência, tendo o Carcinoma de Células Escamosas Oral (CCEO) o tipo histológico mais prevalente na região de cabeça e pescoço e orofaringe. Sua etiologia está intimamente associada a exposição aos fatores de riscos como fumo e álcool. A análise histológica é o método mais utilizado no diagnóstico de lesões malignas, sendo essencial para determinar a terapêutica mais adequada e avaliar o prognóstico do paciente. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo analisar diferentes características histológicas e padrões de invasão, assim como pTNM, e suas influências no prognóstico do carcinoma de células escamosas oral, incluindo sobrevida. Este estudo analisou 283 casos de CCE de boca correlacionando características clínicas, histológicas, como WPOI, infiltração de linfócitos, brotamento tumoral, presença de queratinização, ulceração e estadiamento pTNM com prognóstico, sobrevida. Foram avaliadas informações sobre tumor e procedimentos cirúrgicos, com dados analisados pelo SPSS usando testes estatísticos como Fisher, qui-quadrado de Pearson, Log-Rank Mantel-Cox e regressão de Cox. Resultados mostraram que comorbidades como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), histórico de fumo, metástases nodais pN2pN3 e margens comprometidas estão associados a pior prognóstico. Entre os pacientes que receberam tratamento adjuvante, a radioterapia isolada apresentou melhor sobrevida livre de doença. Ulceração e baixo escore de linfócitos infiltrantes no estroma também foram identificados como fatores de risco. A análise multivariada revelou que o envolvimento de linfonodos e a baixa infiltração de linfócitos no estroma foram significativos para a recorrência. A partir dos resultados obtidos no presente estudo, foi possível observar que compreender o comportamento do tumor, bem como suas características histopatológicas, pode ser crucial para auxiliar no tratamento e na escolha de uma terapêutica individualizada para cada paciente. Além disso, pode contribuir para um prognóstico mais favorável, com foco em cada um dos parâmetros classificados como significativos preditores de sobrevida livre da doença. Por fim, reforça-se a necessidade de vigilância contínua e intervenções