REABILITAÇÃO ESTÉTICO FUNCIONAL: UM RELATO DE CASO

Abstract

A mordida Classe III caracteriza-se por uma relação esquelética e/ou dentária em que a mandíbula se posiciona anteriormente à maxila, frequentemente associada a contatos oclusais desfavoráveis, como a oclusão topo a topo, que pode resultar em desgastes patológicos, especialmente nas bordas incisais, comprometendo a estética e a função mastigatória. O presente relato tem como objetivo descrever a sequência terapêutica de um tratamento multidisciplinar em paciente adulta, no período de menopausa, com mordida Classe III dentária de topo a topo e desgastes acentuados nos incisivos superiores e inferiores. A paciente buscou atendimento odontológico com duas queixas principais: a insatisfação estética decorrente do desgaste severo dos incisivos superiores e a sensibilidade dentária intensa. O exame clínico confirmou ausência de overjet, desgastes incisais significativos e exposição dentinária. Diante desse quadro, optou-se por uma abordagem conservadora e interdisciplinar, iniciando-se com o tratamento ortodôntico restrito ao arco superior. A mecânica ortodôntica foi planejada para promover a protrusão dos incisivos superiores, restabelecendo um overjet adequado, reduzindo o contato traumático e melhorando a relação maxilomandibular. Após a finalização da movimentação ortodôntica, procedeu-se à reabilitação estética e funcional por meio da reanatomização dos quatro incisivos superiores com resina composta. As técnicas abordadas neste procedimento foram a combinação do uso de guias para maior previsibilidade e padronização da reconstrução morfológica e a mão livre Com isso, a reanatomização proporcionou a proteção das áreas expostas, minimizando a hipersensibilidade dentária relatada pela paciente. O protocolo adotado demonstrou a eficácia da abordagem multidisciplinar na compensação da mordida Classe III dentária em adultos, proporcionando melhora da função oclusal, equilíbrio estético e proteção contra novos desgastes. A combinação entre ortodontia e odontologia restauradora minimizou a necessidade de intervenções invasivas, ressaltando a importância do planejamento integrado para a reabilitação funcional e estética em casos de discrepância maxilomandibular associada a desgastes dentários severos, permitindo não apenas a restauração estética, mas também a recuperação do conforto mastigatório e a redução da sensibilidade dentária.