ANÁLISE ULTRASSONOGRÁFICA DA ESPESSURA DOS COXINS ADIPOSOS FACIAIS E SUA CORRELAÇÃO COM A AUTOPERCEPÇÃO ESTÉTICA: ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL

Abstract

A autopercepção facial possui um papel fundamental nos procedimentos estéticos faciais, uma vez que existe limites para a indicação. Da mensuração da tela subcutânea e principalmente dos coxins adiposos superficiais e profundos, podem auxiliar na decisão dos tratamentos. O objetivo do estudo é realizar a mensuração por meio do exame ultrassonográfico da espessura de hipoderme na região facial e comparar com a autopercepção por meio do questionário FACE-Q Satisfaction with Facial Appearance Overall Scale (FACE-Q SFAOS). Foi realizado um estudo observacional, transversal analítico, com 22 pacientes, os quais foram submetidos ao questionário e posteriormente ao exame ultrassonográfico, a fim de que fossem obtidas as imagens da região dos coxins adiposos da face, em 4 pontos de cada hemiface: coxin suborbicular, coxin medial profundo da bochecha e coxin buccal e mandibular. Também foi preenchido um questionário sobre o perfil sociodemográfico e itens que mais incomodam na estética facial. Os dados obtidos na ultrassonografia foram mensurados com a ferramenta Caliper do esquipamento ecografico e avaliados pelo programa Adobe Photoshop CS5, tabulado para planilhas do Microsoft Excel e submetidos à análise estatística e cada medida da ultrassonografia foi correlacionada por meio da correlação de Spearman com o questionário FACE-Q SFAOS. Para que sejam estabelecidas a correlação entre a espessura dos coxins adiposos da face e o nível de satisfação com a estética facial. Os resultados da presente pesquisa evidenciam aspectos relevantes da correlação entre a anatomia facial, mensurada por ultrassonografia, e a autopercepção estética dos pacientes. A amostra composta por 22 voluntários mostrou equilíbrio entre os sexos e apresentou idade média de 23,13 anos, com um IMC médio de 26,94 kg/m2, caracterizando uma população predominantemente jovem e com leve sobrepeso. O estudo demonstrou que a espessura dos coxins adiposos faciais, avaliada por ultrassonografia, está relacionada à autopercepção estética de forma variável entre subgrupos da população. Houve correlação inversa significativa entre maior espessura de coxins e menor satisfação estética em pacientes com mais de 25 anos, com normopeso e escolaridade de nível médio. Já em indivíduos com ensino superior, observou-se correlação positiva com a espessura do coxin mandibular. Características fenotípicas, como tom de pele e tipo de cabelo, também influenciaram a autopercepção, revelando a complexidade e a subjetividade do julgamento estético. Esses achados reforçam a importância da avaliação individualizada na prática clínica, visando maior segurança e alinhamento entre expectativas e resultados nos procedimentos estéticos.