REABILITAÇÃO ODONTOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM DISPLASIA DO ECTODERMA HIPOIDRÓTICA: UM RELATO DE CASO

Abstract

A displasia ectodérmica é uma condição genética rara, geralmente ligada ao cromossomo X que afeta o desenvolvimento de estruturas derivadas do ectoderma, como unhas, cabelos, glândulas sudoríparas e dentes. Essas alterações podem ser perceptíveis desde os primeiros dias de vida, comprometendo o desenvolvimento dessas estruturas. Na cavidade oral, a síndrome é frequentemente associada à agenesias dentárias, tanto na dentição decídua quanto na dentição permanente. A displasia ectodérmica pode ser classificada em dois subtipos principais: a forma hidrótica, em que a produção de suor é preservada, e a forma hipoidrótica, caracterizada pela redução ou ausência da sudorese. Este estudo tem como objetivo relatar um caso clínico de reabilitação odontológica em paciente pediátrico com displasia ectodérmica hipoidrótica. O paciente,menino de 3 anos, foi atendido na Clínica Escola de Odontologia da Unichristus. Durante a anamnese, sua mãe relatou episódios frequentes de aumento da temperatura corporal, consequência da ausência de regulação térmica pela sudorese. O exame físico revelou pele fina, cabelos escassos, ausência de sobrancelhas e traços faciais típicos da síndrome. Já no exame clínico intraoral, foram identificados apenas dois dentes, ambos de formato conóide, dificultando funções essenciais como mastigação e fala. Exames radiográficos confirmaram múltiplas agenesias dentárias. Diante desses achados, foi elaborado um plano de cuidado com três etapas: reanatomização de dentes conóides, acompanhamento para erupção dentes e colocação de um mantenedor de espaço funcional. Inicialmente foram reanatomizados dos dentes conóide 51 e 61, para melhoraria da estética do paciente. Após um período de 1 ano de acompanhamento, outros dentes erupcionaram na cavidade bucal, permintindo a reabilitação com um mantenedor de espaço funcional para recompor as ausências dentárias. O resultado da reabilitação foi positiva e impactou de forma significativa na função mastigatória e na autoestima do paciente. Conclui-se que a abordagem odontológica precoce em pacientes pediátricos com displasia ectodérmica deve ser feita com utilização de tratamentos estéticos e aparelhos removíveis, com as finalidades principais de reestabelecer a função mastigatória e estética do paciente, melhorando a autoestima deste e sua qualidade de vida.