ANÁLISE ANTIMICROBIANA DE SOLUÇÕES DESINFETANTES EM BIOFILME DE CANDIDA ALBICANS FORMADO EM RESINA ACRÍLICA TERMOPOLIMERIZÁVEL UTILIZADA PARA CONFECÇÃO DE PLACAS OCLUSAIS.

Abstract

A terapia com placas oclusais é uma das possíveis formas de controle das DTMS. Estas podem ser confeccionadas com diversos materiais, como as resinas acrílicas, a base de polimetilmetacrilato (PMMA), que podem ser termopolimerizáveis. O método mais comumente utilizado é da resina termopolimerizável com acrilização em mufla. Os pacientes são orientados a usar esse dispositivo oclusal por várias horas consecutivas diariamente, mas é importante ressaltar que esses aparelhos odontológicos podem ser colonizados por patógenos presentes no meio intra-oral. Alguns casos de candidíase podem estar associados ao uso de dispositivos orais confeccionados de resina acrílica, cuja superfícies são susceptíveis à formação de biofilme. Ainda não há um consenso acerca do método mais eficaz de desinfecção e limpeza das placas oclusais, mas os mais utilizados pela técnica de imersão são o hipoclorito de sódio (NaOCl) e peróxidos alcalinos. Assim, o objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a ação do NaOCl e do Corega Tabs em biofilme de Candida albicans em resina acrílica termopolimerizável utilizada para confecção de placas oclusais. Os corpos de provas foram confeccionados em forma de disco (10mmx2mm) de resina acrílica termopolimerizável. Eles foram divididos em 3 grupos experimentais, contendo 9 amostras por grupo: hipoclorito de sódio a 0,5% (HS), peróxido alcalino (PA) e grupo controle (GC) com água destilada. As amostras foram imersas em suspensão padronizada de Candida albicans (106 UFC/mL) em placas de 24 poços contendo TSB com 1% de glicose, sendo incubadas por 24 horas a 37 °C sob agitação orbital para formação do biofilme. Após lavagem com PBS, as soluções experimentais foram aplicadas por 30 minutos. Em seguida, as amostras foram lavadas com PBS e reincubadas por mais 24 horas com TSB fresco. Após esse período, o procedimento realizado no dia anterior foi novamente repetido e após a remoção das soluções desinfetantes dos poços e lavagem com PBS, o biofilme foi coletado por ressuspensão e submetido a diluições decimais para plaqueamento em ágar BHI. Após incubação por 24 horas a 37 °C, foi realizada a contagem de unidades formadoras de colônia (UFC/mL). Os dados de viabilidade microbiana foram transformados em log10 e analisados por ANOVA seguida de teste de Tukey, utilizando GraphPrism 5.0. O grupo com imersão em HS a 0,5% demonstrou ausência de formação de biofilme e níveis indetectáveis de colônias foram observados; diferentemente do resultado encontrado para o grupo onde as amostras foram imersas em PA (6,84 ± 0,11) (p<0,001), e das amostras imersas em água destilada (7,41 ± 0,21) (p<0,001). O grupo PA também foi estatisticamente diferente quando comparado ao grupo controle (p<0,001). Porém, se mostrou menos eficaz do que o grupo HS. Portanto, foi possível concluir que o HS foi eficaz frente a C. albicans, diferentemente do PA, que teve sua eficácia limitada.