
Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.unichristus.edu.br/jspui/handle/123456789/1940
Título: | PREVALÊNCIA DO BRUXISMO EM ESCOLARES NEURODIVERGENTES ASSOCIADO AO ATO DE APRENDIZAGEM: UMA PESQUISA DESCRITIVA, OBSERVACIONAL E TRANSVERSAL |
Autor(es): | Costa, Fabielli Vasconcelos |
Orientador: | Teófilo, Carolina Rodrigues |
Data do documento: | 2025-06-30 |
Resumo: | O bruxismo infantil, caracterizado pelo ranger ou apertar involuntário dos dentes, é uma condição multifatorial frequentemente associada ao estresse, distúrbios do sono e sobrecarga emocional. Nas últimas décadas, estudos têm apontado uma prevalência crescente do bruxismo em populações pediátricas, especialmente entre crianças neurodivergentes. Considerando que esse grupo frequentemente apresenta dificuldades de regulação emocional, desafios na adaptação escolar e maior exposição a fatores estressores, torna-se relevante investigar a possível correlação entre tais condições e o desenvolvimento do bruxismo. Este estudo teve como objetivo principal é de geral investigar a prevalência do bruxismo em escolares neurodivergentes entre 3 e 12 anos, comparando-a com a prevalência em crianças neurotípicas ou em processo de diagnóstico, à luz do estresse associado ao ato de aprender. Os objetivos secundários incluíram comparar esses achados com escolares neurotípicos, identificar possíveis fatores preditivos da condição e refletir sobre estratégias de manejo precoce. Trata-se de uma pesquisa descritiva, observacional e transversal, com delineamento caso-controle, conduzida com 184 crianças entre 3 e 12 anos, sendo 92 neurodivergentes e 92 neurotípicas, matriculadas em escolas públicas e instituições especializadas no Ceará. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário estruturado aplicado aos responsáveis. Os dados foram analisados estatisticamente, com aplicação do teste t de Student e regressão logística multivariada. Os resultados demonstraram uma maior média de escore de bruxismo no grupo neurodivergente (6,98 ± 2,65) em relação ao grupo neurotípico (4,07 ± 2,19), com p < 0,001. O estresse escolar frequente (OR = 4,99) e o uso de psicofármacos (OR = 3,42) foram os principais preditores estatisticamente significativos. A discussão dos achados sugere que o bruxismo pode atuar como um marcador de sofrimento emocional e estresse em crianças com desenvolvimento neurológico atípico, exigindo atenção clínica e escolar. A taxa de bruxismo clinicamente relevante entre crianças neurodivergentes foi de 78,3%, contrastando com 15,2% entre as neurotípicas e 41,7% entre aquelas em processo diagnóstico. Assim, estratégias de acolhimento, escuta qualificada e intervenções precoces no ambiente de aprendizado são fundamentais para mitigar os impactos da condição e promover qualidade de vida. |
Descrição: | ALMEIDA, F. R. et al. Sleep bruxism and its relationship with sleep disturbances in children: A narrative review. Sleep Medicine Reviews, v. 55, p. 101379, 2021. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de BADER, G.; LAVIGNE, G. Sleep bruxism; an overview of an oromandibular sleep movement disorder. Sleep Med Rev., v. 4, n. 1, p. 27-43, 2000. BARBOSA, T. S.; GAVIÃO, M. B. D. Bruxismo na infância: uma atualização sobre etiologia, diagnóstico e tratamento. Jornal Brasileiro de Odontopediatria e Odontologia do Bebê, v. 7, n. 39, p. 211–216, 2004. BESERRA NETO, C. P. et al. Problemas bucais e estresse infantil em escolares com TEA. Revista Brasileira de Odontopediatria e Clínica Integrada, v. 24, e20240111, 2024. CARRA, M. C.; HUYNH, N.; LAVIGNE, G. Sleep bruxism: A comprehensive overview for the dental clinician interested in sleep medicine. Dental Clinics of North America, Philadelphia, v. 56, n. 2, p. 387–413, 2011. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Data and Statistics on Children’s Mental Health. 2023. Disponível em: https://www.cdc.gov/children-mental- health/data-research/index.html. Acesso em: 03 jun. 2025. COSTA, A. L.; SILVA, M. R.; FREITAS, L. P. A escuta sensível como prática de cuidado em saúde infantil: experiências interdisciplinares em contextos escolares. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 11, n. 4, p. 115-124, 2021. COSTA, D. P. et al. Abordagem interdisciplinar em pacientes com distúrbios do neurodesenvolvimento: desafios e estratégias clínicas. Revista Brasileira de Odontologia Especial, v. 25, n. 1, p. 15–22, 2022. EL KHATIB, A. A. et al. Oral health status and behavior in children with dyslexia. Journal of Clinical Pediatric Dentistry, v. 38, n. 4, p. 333–336, 2014. BACCI, A.; ROSSI, A. M.; FERNANDES, M. I. A. Association between parafunctional oral habits and anxiety in children with temporomandibular disorders. Journal of Oral Rehabilitation, Oxford, v. 39, n. 11, p. 747–754, 2012. FERREIRA-BACCI, A. et al. Association between sleep disorders and parafunctional habits in children: A systematic review. European Archives of Paediatric Dentistry, v. 21, p. 267– 275, 2020 FERREIRA-BACCI, A.; GUIMARÃES, R. C.; MACHADO, A. C. B. Efeitos de psicotrópicos sobre o sistema estomatognático: implicações clínicas do bruxismo. Journal of Oral Research, v. 9, n. 4, p. 305–312, 2020. 49 FONSECA, E. L. M. et al. Fatores de risco psicossociais associados ao Transtorno Opositivo Desafiador em escolares. Revista Psicologia: Teoria e Prática, v. 22, n. 2, p. 1–15, 2020. GLAROS, A. G. et al. Medication side effects and bruxism. Journal of Orofacial Pain, 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/333091234_Medication_Side_Effects_and_Bruxism. Acesso em: 08 jun. 2025. GOULART, A. L. et al. Desempenho escolar e aspectos comportamentais de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento. Revista de Psicopedagogia, São Paulo, v. 38, n. 115, p. 40–47, 2021. GRANDIN, T.; PANEK, R. O cérebro autista: pensando através do espectro (6a ed.). Rio de Janeiro: Record. GUNNAR, M.R.; QUEVEDO, K. The neurobiology of stress and development. Annual Review of Psychology, v. 58, p. 145–173, 2007. JABER, M. A. Dental caries experience, oral health status and treatment needs of dental patients with autism. Journal of Applied Oral Science, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jaos/a/k4CNLzNwmkTxgrZk3JNRhRJ/?lang=en. Acesso em: 14 set. 2024. KADESJÖ, B.; HÄGGLOF, B.; GILLBERG, C. Disruptive Behavior Disorders in Children and Adolescents with Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: Epidemiology, Comorbidity and Outcome. European Child & Adolescent Psychiatry, v. 12, Suppl. 1, p. I11–I18, 2003. KÜHLMANN, A. C. et al. Bruxismo e sua associação com ansiedade e distúrbios comportamentais em crianças com transtorno do espectro autista. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 47, n. 9, p. 2847–2855, 2017. LAVIGNE, Gilles J. et al. Sleep bruxism: a comprehensive overview for clinicians. Journal of Oral Rehabilitation, v. 30, n. 9, p. 831–850, 2003. LAVIGNE, G. J. et al. Sleep bruxism: a comprehensive overview for the dental clinician interested in sleep medicine. Dental Clinics of North America, 2021. Disponível em: https://thayscrosara.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Lavigne-et-al.-2021-Sleep-bruxism- metrics.pdf. Acesso em: 08 jun. 2025. LEUNG, J. T. Y. et al. School-based intervention on perceived stress and emotion regulation in neurodivergent children: a randomized pilot study. Research in Developmental Disabilities, [S. l.], v. 139, p. 104589, 2024. LIMA, C.R.; SCHMIDT, C.F. Estresse tóxico na infância: impactos no desenvolvimento e estratégias de enfrentamento. Psicologia em Revista, v. 26, n. 1, p. 73–89, 2020. LOBBEZOO, F. et al. Bruxism: definition, assessment, and epidemiology. Journal of Oral Rehabilitation, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bor/a/6zLjFbwdMQMLJwKwWZZFnBG/?lang=en. Acesso em: 08 jun. 2025. LOBBEZOO, F. et al. Bruxism defined and graded: an international consensus. Journal of Oral Rehabilitation, v. 45, n. 11, p. 795–798, 2018. LUPIEN, S. J. et al. The effects of stress and stress hormones on human cognition: Implications for the field of brain and cognition. Brain and Cognition, v. 65, n. 3, p. 209– 237, 2009. MANFREDINI, D. et al. Prevalence and risk factors of bruxism in children: a systematic review. European Archives of Paediatric Dentistry, 2013. Disponível em: https://www.geomednews.com/Articles/2021/1_2021/36-39.pdf. Acesso em: 03 jun. 2025. MANFREDINI, D. et al. Sleep and awake bruxism: an updated review of the literature. Journal of Oral Rehabilitation, v. 42, n. 10, p. 758–770, 2015. MARTINS, A. C. M. et al. Sleep bruxism in children with neurodevelopmental disorders: A clinical approach. Journal of Clinical Pediatric Dentistry, v. 43, n. 4, p. 251–256, 2019. MASTEN, A. S.; WRIGHT, M. O. Resilience over the lifespan: Developmental perspectives on resistance, recovery, and transformation. In J. W. Reich, A. J. Zautra, & J. S. Hall (Eds.), Handbook of adult resilience (pp. 213–237). The Guilford Press, 2010. MELO, F.M. et al. Antidepressants and bruxism in children: a clinical study. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 40, n. 3, p. 270–275, 2018. OLIVEIRA, A. M.; LOPES, D. F. Acolhimento e educação inclusiva: caminhos para a saúde mental de escolares neurodivergentes. Revista Educação & Sociedade, v. 42, e0221, 2021. REID, R. et al. Understanding stress and its impact on learning in children. Educational Psychology Review, v. 28, n. 4, p. 543–556, 2016. RODRIGUES, T. M.; SOUZA, C. M.; ALVES, M. M. A atuação interdisciplinar no manejo do bruxismo infantil em crianças com necessidades especiais. Revista CEFAC, v. 24, n. 1, e20210126, 2022. SCHEINHOLZ, M.; LOBBEZOO, F. Multidisciplinary management of bruxism in children with developmental disorders. Pediatric Dentistry, v. 42, n. 5, p. 352–357, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rounesp/a/CFLqr7KgSgnrZ56DZbPsCkj/?lang=en. Acesso em: 02 jun. 2025. SERRA-NEGRA, J.M. et al. Signs, symptoms, parafunctions and associated factors of parent- reported sleep bruxism in children: A casecontrol study. Braz Dent J. 2012;23(6):746-752. SHEN, Y. Sleep quality in children with autism spectrum disorder: challenges and considerations. Pediatric Sleep Medicine Journal, v. 5, n. 1, p. 1–10, 2023. Disponível em: https://www.nationaljewish.org/NJH/media/pdf/Meltzer%20References/Souders- %282009%29-Sleep-behaviors-and-quality-in-children-with-Autism.pdf. Acesso em: 03 jun. 2025. 51 SILVA, S. N. et al. Bruxismo em crianças com transtorno do espectro autista: revisão integrativa. Revista CEFAC, v. 23, n. 4, e3220, 2021. SINGER, J. Why can‘t you be normal for once in your life? From a ̳problem with no name‘ to the emergence of a new category of difference. In: Disability Discourse, 1999. Disponível em: https://dickyricky.com/books/psych/NeuroDiversity%20- %20The%20Birth%20of%20an%20Idea%20-%20Judy%20Singer.pdf. Acesso em: 19 maio 2025. SUBRAMANIAM, P.; NAIDU, R. Prevalence of Malocclusion and Occlusal Traits in Children with Autism Spectrum Disorder. Dove Medical Press, 2021. Disponível em PMC: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7457711/. Acesso em: 03 jun. 2025. THOMAS, J. A. et al. Compreendendo o estresse e seu impacto na aprendizagem das crianças. Educational Psychology Review, v. 28, n. 4, p. 543–556, 2016. Disponível em: https://osf.io/preprints/psyarxiv/9j24a_v1. Acesso em: 08 jun. 2025. THOMPSON, L. A.; MCDONALD, M. M.; STERNBERG, R. J. Parental involvement in the education of children with learning disabilities: Effects on academic and emotional outcomes. Journal of Learning Disabilities, Austin, v. 27, n. 9, p. 567–573, 1994. VIEIRA, G. S.; MONTEIRO, L. A. O papel da interdisciplinaridade na atenção à infância: reflexões sobre o cuidado integral e a escuta qualificada. Psicologia em Revista, v. 26, n. 2, p. 430–444, 2020. |
Palavras-chave: | bruxismo infantil neurodivergência estresse escolar aprendizagem saúde bucal |
URI: | https://repositorio.unichristus.edu.br/jspui/handle/123456789/1940 |
Aparece nas coleções: | Odontologia - Campus PARQUE ECOLÓGICO |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
FabielliCosta.pdf | 2,95 MB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.