ANCORAGEM ESQUELÉTICA MODIFICADA PARA TRATAMENTO PRECOCE DE CLASSE III: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Abstract

A má oclusão de Classe III de Angle essencialmente esquelética, caracteriza-se por discrepância anteroposterior entre maxila e mandíbula, podendo envolver alterações nos planos transversal, vertical e sagital. Clinicamente, manifesta-se por prognatismo mandibular, retrognatismo maxilar ou associação de ambos, resultando em perfil facial côncavo, deficiência de projeção malar e protrusão do lábio inferior, repercutindo negativamente na estética e na função mastigatória. Diante da complexidade dessa condição, torna-se imprescindível avaliação clínica detalhada, incluindo análise do perfil facial, das proporções do terço inferior e da projeção mentolabial, além do diagnóstico diferencial entre os componentes esquelético, dentário e funcional. A realização de exames radiográficos e de análise cefalométrica aprofundada constitui etapa essencial para o planejamento terapêutico adequado. A ortodontia interceptativa apresenta papel relevante na intervenção precoce em pacientes pré puberais, ao possibilitar a manipulação do posicionamento maxilar e/ou mandibular em um período no qual há maior plasticidade óssea decorrente da incompleta maturação esquelética, favorecendo resultados mais estáveis. Nesse contexto, o Protocolo Manhães, desenvolvido por Fernando Manhães, integra técnicas ortopédicas e ortodônticas com ancoragem esquelética, utilizando disjuntor maxilar suportado por mini-implantes associado à Barra Manhães instalada na região anterior da mandíbula. A conexão desse dispositivo a elásticos intermaxilares permite a protração maxilar e, em alguns casos, a retração mandibular, reduzindo a necessidade de cirurgia ortognática e melhorando a aceitação e colaboração do paciente ao minimizar ou dispensar o uso da máscara facial.