Radiação ultravioleta aplicada à desinfecção de águas superficiais urbanas

Abstract

A busca por novas tecnologias que sejam capazes de realizar a desinfecção de águas em alternativa ao uso de desinfetantes a base de cloro, tem como objetivo evitar a formação de subprodutos nocivos à saúde humana. Exemplos desses subprodutos são os trihalometanos (THM) e os ácidos haloacéticos (AHA), resultantes da reação da matéria orgânica natural (MON) com o cloro. Este trabalho consiste em analisar desde a concepção à operação de um fotorreator ultravioleta (UV-C) aplicado na desinfecção de água da lagoa da Messejana-CE, adequando-a aos parâmetros de potabilidade físico-químicos e microbiológicos. Com uma amostra de 50L de água, realizou-se dois experimentos em laboratório, um com vazão de 0,4 L/min e o outro com vazão de 0,8 L/min, durante os experimentos, coletou-se alíquotas a cada 3 min de funcionamento e finalizando cada experimento após 18 minutos. Posteriormente, foram analisadas com equipamentos de bancadas, os parâmetros de Turbidez, pH e TDS. Ao obter o melhor resultado para o parâmetro turbidez, replicou-se estas condições operacionais, tais como: vazão de 0,4 L/min, tempo de experimentação 3 min, tempo de detenção hidráulica de 1 min e 43 s e dose de irradiação de 23,92 mWs/cm2. As amostras coletadas de água bruta e tratada, foram enviadas a um laboratório de análises e exames externo para melhor aferição da eficiência alcançada. O parâmetro de Cor Aparente, obteve resultado igual ao de água bruta, de 100 uH, ou seja, a aplicação da radiação UV-C não mostrou efeitos significativos para o que causa cor na água, como já era esperado, pois a radiação UV-C age na inativação dos microrganismos. A Turbidez da água tratada, resultou em 5,8 UNT, obteve-se redução de 36%, porém ainda manteve-se cerca de 16% acima do estabelecido pela Portaria no 888, do Ministério da Saúde do Brasil. Os resultado obtidos para os exames microbiológicos, demonstram a alta capacidade que o tratamento proposto tem de inativar os microrganismos existentes na água contaminada com bactérias heterotróficas, Escherichia coli e Coliformes Totais, atendendo aos padrões estabelecidos pela Portaria no 888, do Ministério da Saúde do Brasil. Os custosrelativos a concepção do fotorreator resultou em um valor de R$ 844,00, já o custo de operação, considerando a desinfecção de 1000 L de água, com consumo de energia de 18,66 kWh/m3, aplicando-se o valor monetário do Kwh praticado na cidade de Fortaleza, de R$ 0,85, resulta em um valor total de R$ 15,86/m3, deste modo, percebe-se que é uma tecnologia de baixo custo de investimento e operação, sendo viável e acessível no aspecto de uso doméstico.