Racismo fundiário e o lugar físico da subalternidade: um plano urbanístico no pirambu sob a ótica racial

Abstract

O presente trabalho trata do tema racismo fundiário como eixo norteador para um urbanismo sob a ótica da raça. Baseia-se na falta de assistência legal oferecida pelo poder público para as pessoas ex escravizadas terem acesso à terra, e como isso influencia até hoje a ocupação teritorial da cidade. Apresenta como resultado a proposta de um Plano Urbanístico para o bairro Pirambu, localizado na periferia oeste de Fortaleza - CE, formado marjoritariamente por pessoas pretas e pardas, tendo como objetivo principal pensar o planejamento urbano de forma racializada. Diante disso, tem-se como método para o trabalho uma pesquisa de carater propositivo que a partir de fontes secundárias, aborda os conceitos de raça e racismo de Almeida (2017), atrelados a uma análise da estrutura fundiária brasileira a partir de Ribeiro (2020) e Berth (2019), de forma a subsidiar o desenvolvimento da definição do racismo fundiário. Assim como discorre sobre a abolição da escravidão no Ceará e a periferização (ou aquilombamento) da capital. Com a elaboração do plano, a partir da prospecção de um cenário possível, concluiu-se a possibilidade da criação de estratégias urbanas a serem pensadas a partir da raça, de modo a expandir o urbanismo que até hoje não enxerga cor.