Repercussões no vínculo pais-bebê no processo de internação em UTI neonatal

Abstract

Este trabalho consistiu em uma revisão narrativa sob a ótica psicanalítica buscando os fatores presentes no processo de internação de bebês em UTI neonatal e como esses fatores podem interferir no desenvolvimento do apego como proposta por John Bowlby. Foram coletados 48 artigos que após submetidos aos critérios de exclusão estabelecidos foram utilizados 5. Para análise de dados utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Na fase de tratamento dos resultados selecionamos cinco categorias: 1) Relação na tríade Pai-Mãe-Bebê, 2) Do nascimento desejado, esperado e real, 3) O bebê em ambiente se UTI e a influência do apego, 4) O processo de internação e suas consequências para a psiquê de pais e bebês e 5) A psicanálise em UTI neonatal. Verificou-se que o afastamento do bebê dos seus genitores, provocado pelo processo de internação precoce, pode interferir negativamente no apego do mesmo aos pais, haja vista, ser o período em que se dá o início da vinculação do recém-nascido com sua figura de apego. As constantes manipulações ao bebê no ambiente hospitalar somados ao reduzido contato com seus genitores são fatores prejudiciais no desenvolvimento do vínculo pais-bebê. Como o período em que recém-nascido se encontra internado é o mesmo em que ocorre a formação do vínculo com as figuras de cuidado, concluiu-se que essa passagem da vida da criança pode interferir negativamente no seu padrão de apego.