Prevalência Fatores de Risco para o Bruxismo em crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus: um estudo caso-controle

Abstract

O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. No final de abril de 2015 e início de 2016, uma epidemia de Zika vírus ocorreu no Brasil. Seis meses após o início do surto ZIKV no Brasil, houve um aumento incomum em recém-nascidos com microcefalia. O bruxismo infantil foi relatado por algumas mães de pacientes com a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV), entretanto, nenhum trabalho na literatura existe a respeito dos fatores de risco relacionando bruxismo com a síndrome em questão. Objetivo do estudo é determinar a prevalência do bruxismo e seus fatores de risco relacionados, em crianças portadoras da Síndrome Congênita do Zika Vírus. A importância do presente estudo se deve à necessidade de investigação da prevalência e dos fatores de risco associados ao bruxismo em crianças nascidas com a SCZV para que dessa forma possa conduzir melhor essa condição, trazendo maior bem-estar para a criança. Estudo quantitativo observacional descritivo do tipo caso-controle com dois grupos. O grupo caso é composto por 20 crianças portadoras de Zika congênito e o grupo controle é formado por 120 crianças da mesma faixa etária. Foram utilizados um questionário com 29 perguntas para avaliar bruxismo e associar possíveis fatores de risco como medicações, distúrbios sistêmicos e relações de sono, e um questionário validado Oral Behaviors Checklist (OBC) que é um questionário de autorrelato de 21 itens, que quantifica a frequência dos Comportamentos Orais (Cos). Os resultados estatisticamente significantes da amostra de 20 crianças( grupo caso) foram disfagia n=15 (75.0%), vias de alimentação n=15(75.0% pela boca) e n=5(25.0% por sonda), bruxismo n=9(47.7%) e refluxo n=10(50.0%) com valor de p <0.001, os quais foram obtidos pelo Microsoft Excel e exportados para o software SPSS versão 20.0 para Windows no qual as análises foram realizadas adotando uma confiança de 95%. Foram calculadas frequências absoluta e percentual de cada variável de desfecho e média e desvio-padrão de cada item do questionário OBC os quais foram, respectivamente, comparados entre grupos caso e controle por meio dos testes exato de Fisher ou qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney.Conclui-se que o trabalho mostrou que disfagia, as vias de alimentação e refluxo em crianças com paralisia cerebral são fatores de risco para bruxismo em vigília e que as crianças com síndrome congênita do zika vírus apresentaram prevalência para bruxismo comparado a crianças normossistêmicas.