O papel do bem-estar subjetivo, do suporte social e da autoeficácia parental no processo de maternidade com crianças autistas

Abstract

O diagnóstico de autismo e a necessidade de atender às especificidades da criança influenciam na experiência da maternidade, podendo ser momento difícil e potencialmente estressor. O objetivo deste trabalho foi analisar o papel do bem-estar subjetivo, do suporte social e da autoeficácia parental no processo de maternidade com crianças autistas. O presente estudo pautou-se em um delineamento correlacional, em que as variáveis de interesse foram o bem-estar subjetivo, o suporte social e a autoeficácia parental. A amostra foi composta por 170 participantes, sendo 142 mães de crianças autistas e 28 mães de crianças não-autistas. Foram utilizados um questionário sociodemográfico, a escala Multidimensional de Suporte Social Percebido, a escala de Bem-Estar Subjetivo e a escala de Autoeficácia Parental. Os resultados indicaram que mães que possuem um nível de escolaridade e uma renda mensal mais elevadas tendem a apresentar um maior nível de bem-estar subjetivo e suporte social, além de mães de estado civil casadas apresentarem maior percepção quanto ao suporte social. A variável autoeficácia não apresentou diferenças significativas para esse estudo. Mães de crianças autistas tiveram menores pontuações em bem-estar subjetivo e suporte social do que mães de crianças não-autistas. Os resultados da pesquisa ainda demonstraram que o bem-estar subjetivo e suporte social não exercem influência sobre a autoeficácia parental em mães de crianças autistas. Em contrapartida, com esse mesmo público, foi verificado que o suporte social apresentou fator preditor significativo do bem-estar subjetivo.