A UTILIZAÇÃO DA TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA COMO MÉTODO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO DE ODONTALGIAS: ESTUDO OBSERVACIONAL

Abstract

A Termografia Infravermelha (TI) é uma modalidade de imagem contemporânea com diversas aplicações na odontologia, utilizada como método auxiliar no diagnóstico de dores, inflamações, patologias, bem como no monitoramento de intervenções terapêuticas e na distinção de dores de origem odontogênica e neurálgica. Essa tecnologia é baseada na aquisição e na análise de dados térmicos por meio de uma câmera termográfica capaz de gerar imagens bidimensionais e em alta resolução. O objetivo do presente estudo é verificar a utilização da TI como método auxiliar no diagnóstico de odontalgias. Com esse intuito, iremos averiguar se existe diferença de temperatura (ΔT) na relação entre a região acometida por odontalgia (ipslateral) e a região contralateral assintomática, como também avaliar e correlacionar a dor por meio da Escala Visual Analógica (EVA) e da versão brasileira abreviada do questionário Oral Impact Profile (OHIP-14). Foram selecionados 24 voluntários, que, após serem diagnosticados com sintomatologia de origem endodôntica através da anamnese, dos exames clínicos e radiográficos, foram convidados a participar da pesquisa. Foram feitas orientações e realizadas imagens termográficas em cada paciente, sendo elas extra-orais e intra-orais. Os resultados obtidos mostram que as temperaturas para ipslateral são maiores, quando comparadas com o lado contralateral. Na análise dos parâmetros arcada, localização e lado, foi encontrada diferença estatisticamente significativa para localização (posterior > anterior) tanto para ipslateral quanto para contralateral. Além disso, o estudo revelou correlações significativas entre a temperatura mínima (r = -0.411, p = 0.046) e a amplitude (r = 0.480, p = 0.018) do ipsilateral extra-oral com o domínio de limitação funcional do OHIP-14, sugerindo uma relação entre variações térmicas e dificuldades funcionais. A amplitude ipsilateral intra-oral correlacionou-se com incapacidade psicológica (r = 0.438, p = 0.032) e social (r = 0.444, p = 0.030), indicando maior impacto emocional. O parâmetro de amplitude também se correlacionou com o domínio Handicap (limitação geral), tanto no ipsilateral (r = 0.462, p = 0.023) quanto no contralateral (r = 0.409, p = 0.047), reforçando que mesmo o lado não afetado pode influenciar na percepção de limitação geral de qualidade de vida. Não foram encontradas correlações com a escala EVA de dor. Conclui-se que a termografia é uma abordagem eficaz e pode ser útil, também, no auxílio do diagnóstico de dores de origem endodôntica.