HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO EM GÊMEAS MONOZIGÓTICAS: RELATO DE CASO CLÍNICO

Abstract

A hipomineralização molar incisivo (HMI) é uma condição de desenvolvimento do esmalte que afeta principalmente os primeiros molares permanentes e incisivos. Clinicamente, caracteriza-se por opacidades de coloração variando de branco a marrom, deixando o esmalte poroso, frágil e suscetível a fraturas e cáries. A etiologia da HMI é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Estudos indicam que cerca de 20% dos casos estão relacionados a predisposições genéticas, com genes como SCUBE1, MMP-20, AMBN e ENAM associados à formação do esmalte. Fatores ambientais, como febres altas e o uso de antibióticos na infância, também são relevantes para o desenvolvimento da condição. Este estudo relata o caso clínico de gêmeas monozigóticas, de 12 anos de idade, apresentando HMI, atendidas na Clínica Escola de Odontologia da Unichristus, Fortaleza. Foi observado, durante o exame clínico, que as pacientes apresentavam lesões nos primeiros molares e incisivos, com características clínicas semelhantes, trazendo uma forte contribuição genética. Além disso, na anamnese, foram relatadas complicações durante a gestação, como eclâmpsia, e, na primeira infância, episódios de febre alta e uso de antibióticos como amoxicilina. O tratamento incluiu aplicação de flúor, selantes e restaurações, além do acompanhamento semestral. O caso reforça a relevância da predisposição genética e dos fatores ambientais na HMI, e a importância de um diagnóstico precoce para o manejo clínico adequado.