IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA QUALIDADE DE VIDA E NA PERCEPÇÃO ESTÉTICA DE PACIENTES DURANTE TRATAMENTO ORTODÔNTICO : ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL

Abstract

Nos mini-implantes aplica-se o conceito de ancoragem esquelética, que amplia as possibilidades do tratamento ortodôntico por não causar movimentações indesejadas e por não depender da cooperação do paciente, além de promover menor custo e maior conforto. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade dolorosa dos pacientes imediatamente após a instalação dos mini-implantes e no acompanhamento de 3 dias após e 1 mês. Além disso, avaliar como estava a percepção estética e qualidade de vida dos pacientes durante o tratamento ortodôntico, utilizando a versão brasileira do Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire (PIDAQ) e o questionário de qualidade de vida OHIP-14, respectivamente, O estudo foi realizado no Centro Universitário Christus, com pacientes atendidos no curso de especialização em Ortodontia, que necessitaram da instalação de mini-implantes e aceitaram participar da pesquisa. Foi adotada uma variação de 20% dos valores ao longo do período do estudo, sendo uma amostra de 37 pacientes incluídos entre 12 e 55 anos de idade e excluídos os pacientes que já haviam se submetido a instalação de mini-implante ou que possuíam dores orofaciais. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e exportados para o software SPSS versão 20.0 para Windows. As médias e os desvios-padrão das medidas foram submetidos ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e analisados por meio dos testes t pareado (dados paramétricos) ou Wilcoxon (dados não paramétricos). Os resultados mostraram que o nível de dor variou nos primeiros três dias após a instalação do mini-implante: a média inicial foi de 2,87, aumentando para 3,45 após três dias e diminuindo consideravelmente para 0,61 após um mês. Não houve influência da idade ou do sexo. Observou-se que mini-implantes localizados na região infrazigomática e bucal-shelf, quando utilizados para distalização, causam maior desconforto psicológico. Já os mini-implantes de 10 mm proporcionaram melhor percepção estética e menor preocupação com a aparência. A presença de doenças sistêmicas e o uso de medicações não afetaram os resultados, os pacientes que usaram medicamentos tiveram um maior impacto social e limitação funcional, possivelmente devido ao aparecimento de aftas no pós-operatório, o que aumentou significativamente os níveis de dor. Conclui-se que a utilização de mini-implantes possui eficácia para a ancoragem esquelética, causando uma dor classificada como leve, transitório e concentrado nos três primeiros dias, com resolução espontânea no primeiro mês de pós operatório, e esse desconforto está relacionado com a qualidade de vida e percepção estética, que são impactadas pelo tamanho do mini-implante, movimentações ortodônticas, uso de medicamentos e úlceras aftosas. A relevância deste estudo permite melhor adesão aos pacientes de protocolos clínicos e manejo da dor.