Exército de empregados burnout: a nova geração dos trabalhadores do século XXI

Abstract

O adoecimento do trabalhador tem sido pauta frequente nas discussões trabalhistas, ocasião em que o tema da presente dissertação se apresenta como atual e relevante, principalmente na tratativa da Síndrome de Burnout e do Mobbing, bem como as respectivas medidas de prevenção e tratamento destes. As novas relações trabalhistas diferem daquelas outrora praticadas em virtude do desenvolvimento de aparatos tecnológicos que têm proporcionado uma quebra no padrão do modelo tradicional, qual seja, jornadas determinadas, prestação de serviços no local do estabelecimento empresarial. A tecnologia propiciou uma maior liberdade ao trabalhador, ao mesmo tempo que eliminou a fronteira entre trabalho e lazer. É essa falta de limites que desponta como um dos principais fatores do adoecimento do empregado. De outro lado, o incentivo ao consumo irracional e o medo do desemprego estrutural em razão da Política de Austeridade fomentam também a exaustão do indivíduo que tem que cumprir jornadas exaustivas, altas demandas e abdicar do seu lazer. O fenômeno que se assiste na atualidade apenas reforça a necessidade de uma quebra no ritmo frenético de produção. O problema não persiste exclusivamente na autoexploração ou no uso excessivo da mão de obra humana, mas também na racionalidade do sistema capitalista, onde o dinheiro é a única fonte de felicidade e, para obtê-lo, o homem precisa abdicar de tudo, da sua liberdade, da sua família e até mesmo da sua saúde. O intuito desta dissertação é suscitar a reflexão acerca do ócio e suas repercussões positivas ao novo perfil de empregados do século XXI.